O brutalismo surgiu como uma das respostas às necessidades de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. Caracterizado pelo uso de concreto aparente, este movimento arquitetônico se focou em criar estruturas duráveis com custo reduzido. Este estilo pode ser facilmente reconhecido por suas formas geométricas limpas, a exposição dos materiais de construção e uma clara ênfase na funcionalidade em detrimento da estética tradicional.
O francês Le Corbusier, um dos expoentes do movimento brutalista, trouxe à vida obras icônicas como a Unité d’Habitation em Marselha, França. Este complexo residencial resume a essência do brutalismo: estruturas imponentes feitas de concreto bruto (também conhecido como béton brut), com uma abordagem minimalista que contrasta fortemente com estilos mais ornamentados como o neoclássico.
Características Principais
Entre as principais características do brutalismo está a utilização de materiais expostos e em estado bruto, como concreto, aço e vidro. Esses materiais, ao serem deixados à vista, transmitem uma estrutura honesta e sem manipulações estéticas.
Outro traço marcante é o design modular. Os edifícios frequentemente apresentam blocos geométricos repetidos e elementos suspensos. Esse design não só aprimora a estética brutalista, mas também potencializa a praticidade das construções. Um exemplo clássico é o Habitat 67 em Montreal, que se destaca pelas suas formas impactantes e inovadoras.

Exemplos Globais e Brasileiros
No cenário brasileiro, o brutalismo encontrou representação forte através de Lina Bo Bardi com o SESC Pompeia em São Paulo. Ela transformou uma antiga fábrica em um centro cultural utilizando concreto aparente e torres suspensas. Da mesma forma, o edifício da FAU-USP de Vilanova Artigas, com seus pilares trapezoidais e espaçamentos abertos, simboliza a liberdade acadêmica através da sua arquitetura.
No panorama internacional, edifícios como a Prefeitura de Boston, nos Estados Unidos, e a sede do FBI, o Edifício J. Edgar Hoover, demonstram a escala monumental do estilo. Apesar do design imponente, essas obras foram alvo de críticas por serem vistas por alguns como frias ou opressivas.
A pesar das críticas, a influência do brutalismo não deve ser subestimada. A honestidade da materialidade e o foco na funcionalidade continuam a inspirar arquitetos contemporâneos. Enquanto para muitos, o brutalismo pode parecer uma repetição de concreto e formas duras, para outros, é a pura expressão de modernismo funcional que desafia a efemeridade das tendências na arquitetura.