Na noite de terça-feira, dia 8 de outubro de 2024, a Rodovia Presidente Dutra foi palco de uma tragédia que abalou toda a comunidade local. Um peregrino de 51 anos perdeu a vida após ser atropelado por um ônibus enquanto fazia sua caminhada rumo à cidade de Aparecida, um dos destinos religiosos mais importantes do Brasil. O infeliz acidente ocorreu por volta das 21h17, em Santa Isabel, cidade situada ao longo do percurso de muitos fiéis que se dirigem ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, cerca de 180 km distantes de São Paulo.
A peregrinação para Aparecida é uma tradição que remonta há muitos anos e atrai milhares de devotos de todos os cantos do país. Esses fiéis, movidos por sua fé e devoção, enfrentam longas jornadas a pé para prestar homenagens à padroeira do Brasil. No entanto, o trajeto, especialmente em rodovias movimentadas como a Dutra, está longe de ser seguro. A combinação de pedestres e tráfego intenso de veículos pesados representa um risco constante para aqueles que percorrem esse caminho.
O acidente que culminou na morte do peregrino está sendo minuciosamente investigado pelas autoridades locais, que buscam compreender as circunstâncias exatas que levaram a essa tragédia. Segundo testemunhas, o ônibus seguia pela rodovia quando atingiu o homem, que não resistiu aos graves ferimentos e faleceu no local. Relatos preliminares indicam que a pouca visibilidade durante a noite, associada à falta de iluminação adequada em algumas partes do percurso, pode ter contribuído para o ocorrido. Além disso, é comum que peregrinos caminhem às margens da rodovia, o que acentua o perigo de acidentes.
O papel dos motoristas em redobrar a cautela ao trafegar por essas áreas também tem sido tema de discussão. Motoristas que transitam por rodovias com alta concentração de pedestres devem estar sempre atentos a possíveis cruzamentos de fiéis para minimizar riscos de acidentes graves. As instituições responsáveis pela segurança viária são frequentemente pressionadas a investir em melhorias de infraestrutura, como passarelas e faixas de pedestres iluminadas, mas a implementação dessas medidas avança de forma lenta.
O caso trouxe à tona debates sobre a segurança dos peregrinos que se aventuram nas estradas brasileiras, especialmente no que diz respeito à proteção dos devotos religiosos que, anualmente, caminham para Aparecida. Defensores dos direitos dos pedestres incentivam projetos de conscientização para ambas as partes — motoristas e caminhantes — além de exigirem do poder público intervenções mais eficientes para garantir a segurança de todos nas estradas.
Em meio ao pesar pela perda de uma vida humana, este triste acontecimento deve servir como um alerta para as autoridades e para a sociedade em geral sobre a importância de destinar mais atenção a esta questão urgente de segurança no trânsito. A peregrinação para Aparecida, tão emblemática para muitos brasileiros, não deve ser uma jornada de risco e perigo, mas sim uma experiência segura e contemplativa para aqueles dispostos a manifestar sua fé e devoção no caminho até à Nossa Senhora Aparecida.