F1 – GP do Azerbaijão: Verstappen faz a pole em Baku em sábado de caos e surpresas

F1 – GP do Azerbaijão: Verstappen faz a pole em Baku em sábado de caos e surpresas

Pole, caos e surpresas no sábado de Baku

Baku entregou o que costuma prometer: confusão, velocidade e um grid com viradas inesperadas. No treino classificatório deste sábado (20), Max Verstappen cravou a pole com 1:41.117 e colocou pressão nos rivais logo na abertura do fim de semana decisivo. Carlos Sainz ficou a menos de meio segundo, e o neozelandês Liam Lawson arrancou um top 3 que ninguém tratava como provável na véspera. O jovem italiano Kimi Antonelli apareceu em quarto, enquanto George Russell fechou o top 5. No meio do caos, Oscar Piastri foi ao muro e ajudou a provocar bandeiras vermelhas que picotaram o ritmo da sessão.

Em números, o sábado ficou assim:

  • 1º – Max Verstappen: 1:41.117
  • 2º – Carlos Sainz: 1:41.595
  • 3º – Liam Lawson: 1:41.707
  • 4º – Kimi Antonelli: 1:41.717
  • 5º – George Russell: 1:42.070

O traçado urbano do Baku City Circuit tem 6,003 km, mistura trechos de rua estreitíssimos — o famoso setor do “castelo” — com uma reta principal interminável, que torna o vácuo quase um equipamento extra do carro. São 51 voltas para completar os 306,049 km da corrida. A referência de volta mais rápida em corrida segue com Charles Leclerc (1:43.009, 2019). Ver tempos de classificação abaixo desse patamar não surpreende: pista emborrachada, pouco combustível e DRS fazem a diferença.

O treino foi tudo, menos linear. As paralisações por bandeira vermelha derrubaram sequências de voltas rápidas, embaralharam as janelas ideais de aquecimento de pneus e mudaram a pista a cada relargada. Quem apostou em duas tentativas no fim de cada segmento (Q1, Q2, Q3) teve uma margem extra. Quem ficou preso no tráfego ou errou a preparação do último setor, pagou caro. As margens são curtas em Baku: milésimos separam a quinta fila da terceira. E, quando o muro está tão perto, a conta chega rápido.

As casas de apostas já vinham inflando a expectativa, com Lando Norris entre os favoritos antes do cronômetro zerar. Na prática, o sábado mostrou o que Baku gosta de lembrar: reputação conta pouco quando a pista gruda, o vento muda, e a janela de aderência do pneu passeia. O nome do jogo foi oportunismo — quem encontrou espaço limpo e aquecimento ideal, subiu.

Do ponto de vista técnico, a pista exige compromisso aerodinâmico. Downforce demais mata a reta principal; de menos, o carro vira passageiro nos trechos de baixa, especialmente entre as curvas 8 e 12. O freio trabalha no limite nas curvas 1 e 3, e a refrigeração vira tema sensível no tráfego. Duas zonas de DRS, com a principal na reta de mais de 2 km, fazem a largada ser quase uma prévia do que vem a seguir: trens de ultrapassagem, uso agressivo do modo de motor e baterias drenadas até o talo.

Corrida: estratégia, clima, TV e guia do fã

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A corrida de domingo deve girar em torno de três fatores: pneu, vento e timing de Safety Car. Baku raramente passa ileso — neutralizações e relargadas embaralham o tabuleiro e abrem espaço para quem erra menos. O pit lane é longo e o undercut funciona, mas só quando o pneu novo entra na janela de temperatura rapidamente. Um Safety Car no meio do stint vira convite a pit stop “barato”.

A Pirelli costuma levar a combinação mais macia (C3, C4 e C5) para o Azerbaijão. Em geral, a estratégia tende a uma parada, mas com as bandeiras e as relargadas, duas trocas de pneus não ficam fora de questão. Guardar um jogo novo para o último terço da corrida frequentemente decide posições no pódio. E tem o vento: rajadas vindas do Cáspio mudam a frente do carro de uma volta para outra, especialmente na frenagem da curva 1 e no miolo estreito. Quem cuida da borracha e controla a temperatura dos freios nas voltas de relargada larga com vantagem.

Na parte esportiva, a fotografia de sábado promete briga no vácuo logo na primeira volta. Verstappen vai tentar fugir do DRS; Sainz, colado, terá a grande chance na curva 1 — é a freada mais forte do circuito e costuma oferecer duas linhas de ataque. Lawson, com ar limpo atrás de dois carros, precisa manter a temperatura do pneu sem queimar tudo de cara. Antonelli, por sua vez, entra na corrida com a missão de lidar com a pressão e o consumo: ritmo bom em stint longo vale mais que uma volta mágica isolada. Russell, em quinto, é peça-chave: timing de parada e leitura de Safety Car podem catapultá-lo ao pódio.

Olhar para o meio do grid é indispensável. Baku cobra caro por erros de medição de distância e por tentativas otimistas no setor do castelo. Toques leves viram asas danificadas; asas danificadas viram stints comprometidos. E com a reta gigantesca, um carro com DRS atrás vira um projétil. Controle de bateria e de modos de unidade de potência vão entrar no rádio o tempo todo.

Para quem acompanha de casa, as transmissões variam por país e operadora, com cobertura ao vivo, reprises e pacotes sob demanda. O serviço oficial de streaming da F1 normalmente oferece onboard, mapas e telemetria em tempo real, além de tempos volta a volta e rádio de equipe. Em canais de TV e plataformas digitais locais, a programação traz pré-corrida, classificação e melhores momentos. Vale checar a grade da sua região para horários e reprises do treino classificatório e da corrida.

Quer se aprofundar além da pista? O programa digital do evento traz estatísticas do circuito, guias do paddock, informações sobre a Fanzone e curiosidades da cidade. É um bom atalho para entender como cada equipe escolheu nível de asa, ritmo de simulação de corrida e o que planejam para as janelas de pit stop. Para quem está em Baku, a Fanzone costuma ter ativações de equipes, shows e espaços para acompanhar a ação com cronometragem ao vivo.

Desde 2016, o GP do Azerbaijão virou aquele ponto imprevisível do calendário: retas de Monza com paredes de Mônaco. Não por acaso, o histórico da etapa tem de tudo — poles que não viram vitórias, Safety Car a poucos giros do fim e relargadas que reescrevem o pódio. O sábado de 2025 manteve a tradição. Agora é ver quem transforma posição de largada em resultado quando as 51 voltas começarem a contar.

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