Morte de 'TH da Maré': líder do tráfico do TCP é abatido em operação policial no Rio

Morte de 'TH da Maré': líder do tráfico do TCP é abatido em operação policial no Rio

TH da Maré: o chefe do tráfico mais procurado do Complexo da Maré

O nome de Thiago da Silva Folly, mais conhecido como TH da Maré, sempre causou apreensão em moradores e nos bastidores da polícia do Rio de Janeiro. Aos 35 anos, ele acumulava 227 anotações criminais e ostentava nada menos que 17 mandados de prisão em aberto. Sua morte, confirmada pela Polícia Militar, foi um dos episódios mais marcantes das operações policiais já vistas na zona norte do Rio.

Na manhã de 13 de maio de 2025, a rotina da comunidade Timbau, no Complexo da Maré, foi interrompida por tiros e helicópteros da polícia cortando o céu nublado. O BOPE, batalhão de elite da PM, mobilizou as equipes com apoio do setor de inteligência e efetivo aéreo. A operação montada para capturar TH da Maré terminou em confronto intenso, com uma sequência de disparos que se espalhou pelas ruas estreitas da favela. Em pouco tempo, a notícia correu: o criminoso mais temido da Maré estava morto, assim como dois de seus comparsas.

Ascensão, influência e o rastro de crimes

Ascensão, influência e o rastro de crimes

A história criminal de TH da Maré não começou grande. Ele era motorista de van e começou pequeno nos esquemas do tráfico, até assumir o comando do Terceiro Comando Puro (TCP) em uma das áreas mais conflagradas do Rio. Sua presença se tornou central na estrutura do tráfico ao acumular poder nas decisões da facção e comandar pessoalmente ações na rua. A marca deixada por Thiago inclui envolvimento direto em homicídios — entre eles, o assassinato de Michel Augusto Mikami, sargento do Exército, e de Helio Messias Andrade, policial federal. Além disso, dois policiais do próprio BOPE foram mortos em confrontos no ano anterior, e há indícios de que tudo foi ordenado por ele.

Os registros policiais mostram que o criminoso participou ainda de roubos armados, furtos de veículos e diversos episódios violentos, sendo um dos alvos prioritários das forças de segurança. A caçada a TH durou oito anos, período em que ele usou as vielas da Maré como esconderijo e construiu uma rede de proteção, tanto com criminosos quanto moradores influenciados pelo seu comando.

O poder de TH ia além do fuzil. Ele também era próximo de uma das religiosas mais notórias entre as comunidades — o que ajudava a ampliar sua narrativa de proteção local, misturada com ameaças. Frequentemente, era visto bancando bailes funks enormes nas ruas, financiando festas e garantindo o apoio de jovens. O baile, para muitos, era mais que diversão: era símbolo do poder paralelo que TH construiu ao longo dos anos na Maré.

Após a operação, a PM recolheu uma arma que estava com ele. A movimentação policial, que trouxe medo e pânico à população local, também abriu um novo capítulo na luta contra o tráfico na região. Agora, a comunidade tenta entender como ficará a disputa entre quadrilhas e como será o dia seguinte sem o chefe cuja influência ultrapassava o mundo do crime e deixava marcas profundas na vida dos moradores.

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